Saturday, November 25, 2006
Friday, November 24, 2006
Sobre Mito e Realidade
Antes de iniciar o texto, cabe dizer que não se trata de uma resenha sobre o livro de Mircea Eliade, ou de considerações maduras sobre Lévi-Strauss - apesar de este e aquele serem citados ou estajam presentes aqui. Deveras, esse é um texto-resposta ao post Aforismos... de Marcel Camargo - ou um comentário longo demias para ser postado em seu blog. Portanto, não seria má idéia conferir o texto do Marcel.
O mito é o resultado de uma diferença insuperável, uma resposta estrutural da cognição humana para o problema da distinção da antítese. O pensamento mitológico, então, fixa-se como uma tentativa de plasmar no entendimento uma distinção insuperável, sua orígem e "gestão" na realidade, tal como percebida. Se temos a liberdade de fazer (e, por que não?) um híbrido entre Lévi-Strauss e Weber (tomara que nenhum antropólogo profissional leia o que estou escrevendo), o mito constitui-se num mapa cognitivo (como bem nos disse Marcel) que localiza distinções e estabelece relações, que posto sobre a realidade caótica (aqui temos Weber) sem qualquer ordem preestabelecida (essa forma ortográfica modernosa está no Houaiss) ou que a cognição humana seja capaz de compreender/perceber; precisando, assim, lançar mão de mecanismo para que conhecimento e relação sejam possíveis - tanto no mundo da Natureza quanto no da Cultura - é com isso que o indivíduo, sujeito da ação, pode atribuir sentido.
Continua aqui.
O mito é o resultado de uma diferença insuperável, uma resposta estrutural da cognição humana para o problema da distinção da antítese. O pensamento mitológico, então, fixa-se como uma tentativa de plasmar no entendimento uma distinção insuperável, sua orígem e "gestão" na realidade, tal como percebida. Se temos a liberdade de fazer (e, por que não?) um híbrido entre Lévi-Strauss e Weber (tomara que nenhum antropólogo profissional leia o que estou escrevendo), o mito constitui-se num mapa cognitivo (como bem nos disse Marcel) que localiza distinções e estabelece relações, que posto sobre a realidade caótica (aqui temos Weber) sem qualquer ordem preestabelecida (essa forma ortográfica modernosa está no Houaiss) ou que a cognição humana seja capaz de compreender/perceber; precisando, assim, lançar mão de mecanismo para que conhecimento e relação sejam possíveis - tanto no mundo da Natureza quanto no da Cultura - é com isso que o indivíduo, sujeito da ação, pode atribuir sentido.
Continua aqui.
Monday, November 20, 2006
Carta à redação da revista "Época" (Versão do Diretor)
Prezado responsável,
Gostaria que fosse considerado meu breve comentário referente ao texto "A igreja dos novos ateus" de Alexandre Mansur e Luciana Vicária com Mariana Sanches, publicado em Época, 443, 13 de novembro de 2006, p.88-97. Meu nome é Lucas Grassi Freire e sou estudante universitário em Belo Horizonte. Interesso-me por filosofia da ciência e a relação entre ciência e religião, além de ser cristão e criacionista, o que me levou a comentar sobre o texto. Sabendo que há muito pouco tempo para a análise de cartas à redação, resolvi escrever um parágrafo de comentário somente.
O artigo sobre o ateísmo de pessoas como o Sr. Dennet, o Dr. Dawkins e de tantos outros tem um título muito bem escolhido. Ninguém está livre de pressuposições religiosas no raciocínio e o ateísmo é mais uma ilustração disso. Dennet tentou construir um argumento para concluir que o teísmo é falso, por ter sido mais um produto da evolução. Com isso ele ironicamente seria obrigado a concluir que a ciência naturalista também é falsa, por ser mais um produto da evolução arbitrária e caótica. Com efeito, ateus de forte retórica como Dennet, na ausência de bons argumentos, recorrem à "lei do mais forte" para se impor no mundo da ciência com esse tipo de tese. Na verdade, a ação tentar argumentar contra o teísmo é contraditória. Dentro da visão ateísta de um mundo caótico, defendida por Dennet, a lógica não pode fazer sentido algum, mas dentro do teísmo cristão a lógica faz todo o sentido. Por isso, Dennet e os seus só conseguem argumentar pressupondo o cristianismo ou parte dele, o que não faz sentido segundo seus próprios critérios. Por isso, o ateísmo é, sim, uma religião e recorrer à "ciência" nesses termos para defendê-lo é auto-contraditório.
Grato pela atenção,
Lucas G. Freire
Gostaria que fosse considerado meu breve comentário referente ao texto "A igreja dos novos ateus" de Alexandre Mansur e Luciana Vicária com Mariana Sanches, publicado em Época, 443, 13 de novembro de 2006, p.88-97. Meu nome é Lucas Grassi Freire e sou estudante universitário em Belo Horizonte. Interesso-me por filosofia da ciência e a relação entre ciência e religião, além de ser cristão e criacionista, o que me levou a comentar sobre o texto. Sabendo que há muito pouco tempo para a análise de cartas à redação, resolvi escrever um parágrafo de comentário somente.
O artigo sobre o ateísmo de pessoas como o Sr. Dennet, o Dr. Dawkins e de tantos outros tem um título muito bem escolhido. Ninguém está livre de pressuposições religiosas no raciocínio e o ateísmo é mais uma ilustração disso. Dennet tentou construir um argumento para concluir que o teísmo é falso, por ter sido mais um produto da evolução. Com isso ele ironicamente seria obrigado a concluir que a ciência naturalista também é falsa, por ser mais um produto da evolução arbitrária e caótica. Com efeito, ateus de forte retórica como Dennet, na ausência de bons argumentos, recorrem à "lei do mais forte" para se impor no mundo da ciência com esse tipo de tese. Na verdade, a ação tentar argumentar contra o teísmo é contraditória. Dentro da visão ateísta de um mundo caótico, defendida por Dennet, a lógica não pode fazer sentido algum, mas dentro do teísmo cristão a lógica faz todo o sentido. Por isso, Dennet e os seus só conseguem argumentar pressupondo o cristianismo ou parte dele, o que não faz sentido segundo seus próprios critérios. Por isso, o ateísmo é, sim, uma religião e recorrer à "ciência" nesses termos para defendê-lo é auto-contraditório.
Grato pela atenção,
Lucas G. Freire
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